Todo mundo tem aquele lado hater, um instinto que faz a gente querer correr de modinhas (Confessa logo, que é melhor), eu sou bem assim com livros. Tenho essa mania irritante de não dar bola praquele livro badalado, até porque eu sou um ser bastante curioso, então normalmente eu já conheço o livro e autor em questão (meu inglês agradece, meu ego também).
Nome: Um Dia
Autor: David Nicholls
Lançamento: 2011
Páginas: 416
Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/141413-um-dia
Sinopse: 15 de Julho de 1988. Emma e Dexter se conhecem na noite da festa de formatura. Amanhã eles seguirão caminhos diferentes.
Mas onde estarão nesse mesmo dia um ano depois? E nos anos que se seguirem?
Dexter Mayhew e Emma Morley se conheceram em 1988. Ambos sabem que no dia seguinte, após a formatura na universidade, deverão trilhar caminhos diferentes. Mas, depois de apenas um dia juntos, não conseguem parar de pensar um no outro.
Os anos se passam e Dex e Em levam vidas isoladas – vidas muito diferentes daquelas que eles sonhavam ter. Porém, incapazes de esquecer o sentimento muito especial que os arrebatou naquela primeira noite, surge uma extraordinária relação entre os dois.
Ao longo dos vinte anos seguintes, flashes do relacionamento deles são narrados, um por ano, todos no mesmo dia: 15 de julho. Dexter e Emma enfrentam disputas e brigas, esperanças e oportunidades perdidas, risos e lágrimas. E, conforme o verdadeiro significado desse dia crucial é desvendado, eles precisam acertar contas com a essência do amor e da própria vida.
Pois bem, Um Dia do David Nicholls foi um best seller bem aclamando que virou até filme e tenho que dizer que é quase impossível ficar imune a narrativa dele. A história conta 20 anos de vida e relacionamento de Dexter e Emma, com o diferencial de contar apenas um dia de cada ano da vida deles. Antes de ler eu torci o nariz pra isso, como disse sou curiosa e como conhecer bem os personagens se eu só vou “ver” apenas um dia da vida deles? Achei a história meio impossível, mas não.
Emma e Dexter são tão cativantes e o David trabalhou tão bem as passagens que você nem percebe que perdeu 364 dias da vida dos personagens (na verdade 7.280 dias), é mágico.
Outro ponto que eu achei super legal do livro é que ele começa no último dia da graduação dos personagens e você consegue perceber bem a imaturidade dos dois, assim conforme o tempo vai passando você vai notando os traços de amadurecimento de um jeito muito real e fidedigno, muito diferente de alguns YA por aí que o livro passa vários anos e os personagens ainda tem aquela pegada adolescente de vamos todos morrer mesmo.
“Engraçadissimo, e também notável, comovente e, à própria maneira, despretencioso, embora muito profundo”
- The Guardian
Por que eu citei o Guardian? Só por que foi a resenha que mais bem descreveu o livro. Você vai se envolvendo tanto com a história e a vida dos personagens que quando o desfecho chega, você quer morrer, matar alguém, sei lá, apenas provar que não é assim que as coisas terminam. E então você percebe que aprendeu com Emma e Dexter, que é melhor aproveitar a vida bem, dando importância para aquelas coisas que por mais importantes pra nós, não damos muito valor ou sempre deixamos pra depois.
A Adaptação
Meg Cabot uma vez disse – na Bienal RJ – que quando você vende seu livro pro cinema é como deixar seu manuscrito em uma caixinha de correio e despachar pra bem longe. Então outras pessoas iram cuidar dele e fazê-lo crescer.
Depois disso eu nunca mais entrei em um cinema pra ver uma adaptação com a mesma ingenuidade de antes. Até por que algumas vezes fica impossível levar pra tela as coisas como são nos livros, o cinema é mais literal, fica mais difícil as pessoas olharem uma imagem e viajar pra outros mundos como ocorre no livro. E depois de algumas cadeiras na faculdade eu consigo entender o que vai funcionar ou não (A Hospedeira eu já sabia que iria soar esquizofrênico).
Quando eu ganhei o livro o filme já havia estreado, mas eu me segurei pra ver depois de ler tudo, e não me arrependi. Evitei uma roleta russa de spoilers e ainda ganhei mais uma versão linda da história, porque, sim, essa adaptação foi uma das melhores feitas ultimamente.
Muda o que pode ser mudado, complementa o que o livro não fala, sem contar que Anne Hathaway e Jim Sturgess são ótimos pro papel, quase exatamente o que eu imaginei como Emma e Dexter. Por isso eu estou sugerindo que você também veja o filme, e se já viu, leia o livro pra conhecer mais fundo esse romance.