
Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.
Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.
Os anos passam e eles se distanciam. Quentin é o nerd e Margo é uma popular. Q é obcecado por ela, mas Margo tem outros planos. Ou aparenta ter. Ela tem o costume de fugir de casa, e voltar cerca de dois dias depois, mas depois de passar uma noite com Q fazendo loucuras pela cidade (e ele só topa porque é ela, lógico), ela foge. Um mês antes da formatura do ensino médio. Seus pais não se preocupam (ela já tem 18 anos), e apenas trocam as fechaduras de casa.
Q tem alguns amigos, e dois são os realmente presentes na história. E são esses dois (Ben e Radar, engraçados e peculiares) que serão arrastados por Quentin, determinado a seguir as pistas de Margo e encontrar seu paradeiro.
O livro é dividido em três partes: Os fios, A relva e O navio. O final de A relva foi super excitante para mim. Minha parte favorita, junto com o final, claro.
E por que gostei tanto? Bom, tem romance, mas não é meloso. É engraçado sem forçar a barra. Margo é hipnotizante. A loucura dela pode realmente te contagiar! E essa parece ser a ‘fuga’ de sua realidade. Ela parece muito perdida e confusa. A história trata da paixão platônica como uma idealização. Significa por a pessoa em um pedestal, quando ela, nada mais é do que uma pessoa. Quentin idealiza Margo, e quanto mais ele se aproxima de seu paradeiro, mais ele descobre coisas sobre ela que não combinavam com a Margo de sua cabeça. E isso é algo muito comum na vida real também. Eu fiz minhas relações, e acredito que você possa fazer a sua também. Consegui me idenficar com ambos. Q chega a ser egoísta pra caramba, não querendo falar de nada além de Margo, e encontrar Margo, e as pistas de Margo. Ela me parece até agora uma pessoa que tem alguma coisa que a perturba muito, mas não dá pra saber se é 100% verdade ou 100% drama. Vontade de ser um mistério ou isso foi meio que uma consequência. O livro é muito profundo e repleto (das minhas amadas) metáforas. Dá para aplicar tantas em tantas coisas. Dos 4 livros do John Green que já li (O Teorema Katherine sai daqui a alguns dias), esse é o mais filosófico de todos.
Não vou dizer mais nada porque acho que isso já foi o suficiente para querer ler sem estragar nenhuma surpresa. Mas sobre o título… Bom, ele é o sentido do livro. Vai descobrir no final.
E, para mim, a nota merecida nada mais é do que um 5/5!
Entendo que muita gente quer ver os dois. Quer dizer, o foco do livro é a busca de Quentin pela Margo e como ele começa a ver o quanto ele a idealizava.
Quem já leu? Quem pretende ler? O que acharam?